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O menino do mato que engoliu Brasília

11/04/2019 às 16:41


No contexto das comemorações dos 300 anos de Cuiabá e dos 25 anos da Entrelinhas, com o lançamento de “Nicolas Behr: o menino do mato que engoliu Brasília”, a editora quer ampliar a divulgação da obra do poeta cuiabano que contribuiu de forma notável para a poesia brasileira contemporânea ao agitar o centro do poder político nacional.


O livro de Nicolas Behr foi organizado pela editora Maria Teresa Carrión Carracedo, e se propõe a mostrar alguns dos vários meninos que coexistem em Nicolas Behr. Reúne poemas de todas as fases do poeta, selecionados de forma a expressar a essência desses meninos e suas infâncias. “Para falar sobre a vida e trajetória de Nicolas Behr, passando por suas origens familiares, por Diamantino, Cuiabá e Brasília, convidamos o biógrafo do vocalista da Legião Urbana – o jornalista e romancista Carlos Marcelo Carvalho, autor de Renato Russo: o filho da revolução. A apresentação do livro é assinada pelo escritor, professor e tradutor Milton Hatoum, amazonense descendente de migrantes libaneses, um dos prestigiados e premiados escritores brasileiros”, explica Maria Teresa em seu texto de introdução ao livro. Na apresentação, Hatoum destaca: “Nesta coletânea, Nicolas Behr evoca esse exílio interior, cujo centro é a infância. Mais exato seria dizer infâncias: ‘nascentes de onde minam as lembranças’. Ou como ele indaga num poema: ‘quantos meninos correm dentro de mim?’.



O conteúdo poético do livro está dividido em três partes: “Menino diamantino” apresenta poemas sobre a infância do autor em Diamantino, antiga cidade de Mato Grosso; “Menino de Cuiabá” traz 69 poemas inéditos escritos a partir das vivências do poeta, dos 10 aos 15 anos, em Cuiabá; e “Menino candango” reúne poemas da fase adulta, já na capital do país. “É o livro mais completo sobre a minha obra”, destaca Nicolas Behr. “Fico ainda mais feliz por ser lançado quando minha cidade natal completa 300 anos e por se tratar de um trabalho realizado com extremo profissionalismo por uma editora cuiabana”. O poeta revela um desejo: “Gostaria que esse livro fosse adotado pelas escolas, públicas e particulares, e que chegue às mãos dos jovens estudantes”.


O perfil biográfico de Nicolas inserido na obra destaca um dos fatos mais marcantes da trajetória do poeta: a sua prisão pelo DOPS, órgão repressor da ditadura militar, em pleno centro do poder. O auto de prisão em flagrante de 15 de agosto de 1978 registra que foi “por publicar livretos de cunho pornográfico” onde “o interrogado deixa transparecer cunho político-ideológico, esclarecendo que realmente manifesta-se descontente com muitas coisas existentes no regime, como falta de eleições diretas, vigência de atos de exceção e ocorrência de tortura a presos políticos”. Julgado pela publicação dos seus livrinhos mimeografados – um deles, Iogurte com farinha já tinha vendido 10 mil exemplares de mão em mão, entre outros títulos –, foi absolvido em 30 de março de 1979.



O livro vai além das muitas possibilidades de leitura da obra de Behr – é também uma provocação e um exemplo do protagonismo que os jovens podem exercer em contraposição às adversidades do seu tempo e território. “A vida e a obra deste poeta extraordinário que publicou mais de 50 livros – incluindo seus livrinhos mimeografados –, a maioria independente, que foi criativo e ousado ao driblar as regras engessadas de sua época, se traduzem em estímulo e possibilidades para dias melhores”, destaca a editora.


O cuiabano Nicolas Behr é mais um grande autor brasileiro que orgulha os seus conterrâneos por sua notável trajetória e obra. O livro também será lançado em Diamantino, cidade da qual o autor é Cidadão Honorário, no dia 17 de abril, dia seguinte ao lançamento em Cuiabá.


Sobre o autor

Nicolas Behr nasceu em 5 de agosto de 1958 na primeira maternidade de Cuiabá, hoje Hospital Geral. Filho de migrantes dos países bálticos – sua mãe, Therese, nasceu na Lituânia e seu pai, Anatol, na Estônia. Sua família vivia na fazenda Amolar, a 20 quilômetros de Diamantino. Lá Nicolas viveu seus primeiros 10 anos, entre cobras, goiabeiras, lagartos e lambaris, até mudar-se para Cuiabá no ano em que implodiram a Catedral. Estudou na prestigiada Escola Técnica Federal de Mato Grosso. Desbravou a cidade inteira com sua bicicleta por caminhos pavimentados em pedra cristal ou sinuosos, íngremes e misteriosos, ainda virgens de pavimento. Acalentou o sonho de ser geólogo, até mudar-se para Brasília, aos 14 anos, em 1974. ‘Saiu do mato para cair na maquete’, como diz um dos poemas do livro que está sendo lançado. O contraste dessas vivências causou um curto-circuito no menino e explodiu em poesia.



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Fonte: Assessoria

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