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O semeador

26/08/2014 às 16:55


Reflexões sobre as questões fundamentais da atualidade

Será lançado hoje, no Sesc Arsenal, o livro "Sementes Republicanas", do economista Luiz Henrique Lima, doutor em Planejamento Ambiental. Este livro reúne dezenas de artigos publicados, sendo a maioria no jornal A Gazeta, relacionados à Democracia, Direitos Humanos, Meio Ambiente, Controle Externo, Economia e Gestão Pública, Educação e Cultura e discussões contemporâneas sobre o Brasil e o Mundo. O livro expõe suas ideias sobre questões fundamentais das sociedades contemporâneas.


Ao tratar destes temas, o autor traz na bagagem a sua experiência política, além da acadêmica. Foi vereador do município do Rio de Janeiro e deputado estadual pelo Estado do Rio de Janeiro em duas legislaturas. Foi secretário de Estado de Administração e Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do Rio de Janeiro. É autor dos livros "Controle do Patrimônio Ambiental Brasileiro", pela editora da Uerj, e "Controle Externo", pela Elsevier, onde trata da atualização da legislação que disciplina o controle externo brasileiro. De 1996 a 2009 foi Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União, atuando na Secretaria de Controle Externo do Rio de Janeiro. Atualmente Luiz Henrique Lima é Conselheiro Substituto do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, aprovado em concurso público. Também é professor em cursos preparatórios para concursos públicos e de disciplinas de pós-graduação em várias universidades.


"Percebi que alguns artigos escritos há alguns anos atrás ainda faziam sentido nos dias atuais e que determinados temas podem ser puramente circunstanciais, mas outros trazem uma abordagem mais perene. E aí veio a ideia de reunir esses artigos em um livro", explica o autor, que discorre sobre as dificuldades de um país que busca consolidar a Democracia, ao mesmo tempo em que encerra seus artigos com a esperança de uma sociedade que está a caminho da evolução. "Espero que cada artigo possa ser uma semente. Muitas ideias podem se perder com o tempo, mas outras são envolvidas na esperança de que se concretizem: como a evolução no campo dos Direitos Humanos e nas questões ambientais", reforça Lima.


No livro, o debate sobre questões da humanidade tem como eixo três importantes personalidades contemporâneas pela sua grandeza de caráter: Nelson Mandela, Papa Francisco e o presidente do Uruguai José Mujica. "Nelson Mandela resistiu durante décadas, encarcerado, negando-se a conciliar com o odioso regime do apartheid sul-africano". Para Lima, Mandela representa exemplos para "inspirar os jovens que iniciam sua vida profissional e de cidadãos a terem coragem de serem íntegros, e de dizer 'não' quando necessário".


Seja em relação às questões dos direitos humanos, do meio ambiente ou da Democracia, o autor explica que "faz uma aposta de esperança". Enfim, "Sementes Republicanas" são as reflexões de um autor que não se fecha para novas abordagens e se propõe a semear ideias, cheio de esperanças de que elas encontrem mentes férteis para florescer em novas discussões e possibilidades.


Leia um dos artigos de Luiz Henrique Lima em "Sementes Republicanas":


Amor aos livros

A vida é feita de amores. Amamos nossa família, nosso país, nossos amigos. Amamos nossa fé religiosa, nosso time de futebol, nossos pratos prediletos. Além disso, cada qual tem seus amores particulares. No meu caso, os livros.


Aprendi a amá-los desde cedo, nas longas férias de verão na casa do meu avô no oeste catarinense, contemplando prateleiras que me pareciam imensas com coleções de várias espécies. Nos dias de sol, brincava com a piazada no quintal e nas ruas de terra; quando chovia, refugiava-me nos livros. Numa época sem internet, celular, videogames e em que sequer havia televisão naquelas lonjuras e as matinês do único cinema eram apenas aos sábados, os livros eram meus companheiros imbatíveis. Histórias de caubóis e mitologia grega, Monteiro Lobato, Malba Tahan, Júlio Verne, Mark Twain, Tintin: tudo era lido e relido com o encantamento da descoberta e o prazer de compartilhar as aventuras daqueles personagens heróis.


Essa paixão nunca me deixou, nem eu a ela. Mais tarde, realizei o sonho de publicar meus próprios livros, sem jamais perder o hábito de deleitar-me na leitura de grandes mestres: Cora Coralina, Guimarães Rosa, Victor Hugo, Shakespeare. Houve livros que me impactaram profundamente: Voltaire, Kardec, os economistas clássicos. Outros eram a garantia de relaxamento e sossego: Agatha Christie, Rex Stout, Tony Hillerman. Nos livros encontrei a beleza da poesia e a sabedoria dos filósofos; neles busquei meu aprimoramento espiritual e profissional; neles saciei minha curiosidade e inquietação intelectual. Foram para mim instrumentos de estudo e de entretenimento, em que encontrei palavras de consolo e de estímulo, de esclarecimento e de fé. Se tenho uma frustração, é a certeza de que nunca terei tempo para ler ou reler todos os livros que gostaria.


É natural, portanto, que me sensibilize a necessidade de políticas públicas que estimulem a leitura, a produção literária, a publicação de novos autores e a criação e manutenção de bibliotecas públicas. Dou razão a Monteiro Lobato, que proclamou que um país se constrói com homens e com livros. Nas duas últimas décadas, a rede de políticas sociais implantada no país teve êxito ao promover a saída de milhões de famílias da pobreza. Mas é necessário, além do corpo, alimentar o espírito. A educação e seu principal instrumento, a leitura, são essenciais para a construção da cidadania, para a emancipação individual e coletiva e para a consolidação da democracia. O hábito da leitura desenvolve o espírito crítico, lapida a sensibilidade e desperta interesse por outras manifestações culturais. Todavia, a política nacional do livro, instituída em 2003, completou uma década com parcos resultados.


Entre as metas da Política Nacional de Cultura, aprovada em 2011, está a de que em 2020 cada brasileiro deverá ler quatro livros por ano, fora do aprendizado formal. Esse índice era de 1,3 em 2011, ou seja, necessita crescer 0,3 todos os anos para alcançar a meta. No entanto, a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil revelou que o número de leitores diminuiu em termos absolutos e percentuais entre 2007 e 2011, bem como diminuiu o interesse relativo pela leitura diante de outras atividades como assistir televisão ou navegar na internet. Nada menos que 150 milhões de brasileiros não tinha comprado nenhum livro nos três meses anteriores à pesquisa.


Portanto, é fundamental o compromisso e o engajamento de todas as esferas governamentais para disseminar a leitura. Em outras nações, é comum ver os líderes políticos, atletas ou artistas de renome comentando acerca de suas preferências literárias ou fotografados lendo um livro em seus momentos de lazer. Como em tantas áreas, seria positivo que as personalidades mais admiradas pelo povo oferecessem bons exemplos, como o de amor aos livros.


(A Gazeta, Cuiabá, 11/01/2014)





Mais informações sobre o livro, neste link





 

Fonte: Fonte: Assessoria

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