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Juliano Moreno retorna à cena literária com o lançamento de livro de poesia muito bem recebido pela crítica

17/12/2020 às 11:04


O lançamento de “Passageiro interior”, de Juliano Moreno pela Entrelinhas Editora – que deveria ter sido realizado em março deste ano e foi o primeiro evento suspenso em Cuiabá em razão da pandemia –, foi remarcado e será realizado no dia 17 de dezembro próximo, a partir das 19 horas, no Sesc Arsenal. Pouco antes, as 17 horas, o autor falará sobre a obra em Live de lançamento, com a presença da poeta Lucinda Persona, que apresenta o livro, com transmissão pelas mídias sociais do Sesc.


Afastado por muitos anos da cena literária em razão de suas atividades docentes e de pesquisa acadêmica, Juliano retoma sua produção com entusiasmo.


“Quase todos os poemas que compõem este livro foram escritos na margem de outros livros, que lia enquanto pegava ônibus pra ir ou vir do trabalho ou da pós-graduação. Mas foi a leitura do Inferno de Dante Alighieri que mais estimulou minha imaginação. Esse hábito de anotar nos livros meio que abriu portais oníricos e fez alguns habitantes do mundo da literatura pisarem na carroceria quente dos ônibus cuiabanos, se misturando à paisagem local, transfigurando os passantes,” nos conta o poeta, em seu Diário de navegação, ao final do livro.


A poeta Lucinda Persona, que apresenta o livro, nos dá um vislumbre do que vamos encontrar nas páginas que seguem: “Abrimos o livro e é a poesia. Palavras que se alinham com excessivo silêncio. Estão ali, uma a uma, impregnadas no papel, imobilizadas, grafadas com os sinais elementares com que se representam e oferecendo aos olhos a incerteza daquilo que escondem. Palavras ajustadas às conveniências de uma aventura. Todas respondendo às tensões secretas de um viajante decidido a mostrar seus caminhos no mundo, a não deixar para trás o espetáculo da vida. Esse viajante exprime-se a partir de um veículo de transporte coletivo, entre embarques e desembarques, quando vai acumulando, em sequência célere, mil visões fragmentárias que não pertencem a um só momento ou a um só lugar. São paisagens, pessoas, ruídos, casualidades e resíduos de um cotidiano deixando marcas em sua interioridade”.


Lucinda nos revela que quatro planos integram o livro: “Passageiro interior”, “Sucata reinventada”, “Máquina de levitação” e “Céu sereno”. “Em cada uma dessas partes, há vários poemas, ora estruturados num só corpo, ora divididos em vários corpos numerados e amparados por um título. E o poeta, em qualquer ocasião, conserva o brando fascínio pelo tumultuoso aspecto dos coletivos em seu constante ir e vir pelas ruas. Cada flagrante encerra imagens diferentes, de um tempo irresgatável que se resolve quando ele convoca seu “passageiro interior”. Um passageiro persistente atravessando o áspero e inalterável ciclo dos dias, derramando no horizonte o amálgama de seu ofício, confessando que “o poema é sempre / um bom lugar / para se vestir / com uma nudez inventada. De modo simples, natural, acumulam-se as impressões desse viajante comovido, olhos vigilantes aos ingredientes do destino, ora se detendo nos ares incendiados do meio-dia, ora encarando a morna madrugada”.


“A obra inquietante que ilustra a capa e os detalhes do interior deste livro (sem título) provocam um espantoso desassossego”, conta-nos a editora Maria Teresa Carrión Carracedo, da Entrelinhas, que imediatamente após a leitura dos originais de “Passageiro interior” lembrou-se desta impactante obra de Vitória Basaia. “Soube, naquele momento, que nada traduziria melhor o livro. O encontro cósmico de Vitória e Juliano, muito além da concepção, da criação, não poderia ser mais visceral e intenso. Arte e literatura se encontram para provocar as mais instigantes reflexões existenciais”, registra a editora.


Juliano Moreno nos conta, ainda seu “Diário de navegação”: “Minha perspectiva é que há um esgotamento da literatura do choque, comum ao século XX. Me vejo, a meu modo, buscando algo mais solar. Uma poesia da abertura para um salto de sentimento na direção de outras narrativas. Gosto de lembrar que escrevo e concebo como obra o conjunto dos meus poemas, não por sua novidade estética ou por seu poder de irradiar sentido; mas, porque são meu registro da percepção que tenho do caminho que sigo neste planeta, são um mapa riscado pelo meu bordado, o diário de navegação por minhas constelações interiores.”


O livro “Passageiro interior” recebeu a resenha do mês de novembro na coluna “A literatura na poltrona” de José Castello, no jornal Rascunho, prestigiado jornal literário brasileiro. Castello é biógrafo de Vinícius de Moraes, Rubem Braga e João Cabral de Melo Neto. A resenha valoriza o autor, sua obra e o livro publicado pela Entrelinhas Editora.


Por fim, Lucinda Persona nos fala sobre o ritmo de uma travessia: “Diante disso, compreendemos que este livro nos oferece não somente o ritmo de uma travessia, mas também a agitação do fazer poético, os sinais de um caminho e o modo viajante de sentir, cheio de alma e palavra. Que outro destino deverá ter senão o coração do leitor?”


Saiba mais sobre o livro fazendo download da degustação que a Entrelinhas Editora disponibiliza na página de Passageiro Interior.





Mais informações sobre o livro, neste link





 

Fonte: Assessoria

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