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Fundador da Fiemt, Sesi, Senai e IEL, Otacílio Borges Canavarros, lança obra de amplo fôlego com relatos políticos, socioeconômicos e pessoais (1950-2019)

25/12/2020 às 22:51


Personalidade importante para a história econômica de Mato Grosso na segunda década do século XX, o engenheiro químico Otacílio Borges Canavarros lançou no Teatro do Sesc Arsenal o seu minucioso livro de memórias e registros documentais, no dia 18 de dezembro. Os últimos 70 anos da história de Mato Grosso se misturam com a história do autor.


Otacílio Borges Canavarros relata no livro fatos de ordem política, econômica, social e pessoal, ilustrados com fotografias e valiosos documentos históricos, concernentes ao período de 1950 a 2019. De forma evolutiva, as profundas mudanças ocorridas no Estado vão sendo destacadas nos sete capítulos que compõem a obra. Inicialmente o autor, ainda um adolescente, descreve o Mato Grosso uno daquela época – potencialmente rico, sem nada de infraestrutura. Acontecimentos gravados na memória do observador, visualizados por ele ou contados pelos seus pais, são revelados.


Na década de sessenta, em sua primeira metade, quando o autor realizava o curso superior no Rio de Janeiro, os acontecimentos em Mato Grosso eram atentamente acompanhados à distância. Nela o autor revela o inédito Seminário sobre as Potencialidades de Mato Grosso, realizado em julho de 1965 no Rio de Janeiro, iniciativa dos estudantes mato-grossense naquela cidade.


Na segunda metade da década de sessenta, tendo retornado ao estado natal, o autor relata as enormes dificuldades encontradas para a implantação de uma fábrica de materiais cerâmicos para construção. Articulações têm início para a criação da Associação das Indústrias da Construção, a primeira de empregadores. Profundas transformações ocorriam em razão da dinâmica do governo Pedro Pedrossian.


A década de setenta é marcada por um intenso otimismo decorrente dos vários programas especiais lançados pelo governo federal para promover o progresso do Centro-Oeste, em muito beneficiando Mato Grosso. Surge a UFMT, em Cuiabá, e a UFMS, em Campo Grande. Tem início a construção da rodovia Cuiabá/Santarém.


A escassez de energia elétrica cerceava o crescimento econômico. O presidente Médici vem a Cuiabá e em reunião com a classe produtora, a melhor solução energética é encontrada. O governo Fragelli é autorizado pela Assembleia Legislativa a vender terras existentes no norte do Estado. Os recursos são destinados à construção do Centro Político Administrativo. As rodovias BR-163 e BR-364 são asfaltadas até Cuiabá.


Em meados da década o presidente Geisel assume o governo federal e promove a divisão do Estado criando Mato Grosso do Sul. A decisão política muito tumultua o governo Garcia Neto. Tem início, em Mato Grosso remanescente, um intenso movimento migratório de famílias provenientes da região sul do país rumo ao norte do Estado. Surgem pequenos povoados, evoluindo para novos municípios, dentre eles o de Sinop. Os governos de Frederico Campos e de Júlio Campos asfaltam a rodovia BR-163 até Sinop. O plantio de soja aumenta na região norte. O presidente Figueiredo, em Cuiabá, inaugura o asfaltamento da rodovia Cuiabá-Porto Velho.


Recrudesce a antiga ideia da construção de uma barragem no rio Manso para conter as enchentes no Rio Cuiabá e geração de energia elétrica. O Sistema FIEMT promove encontros com o apoio das coirmãs Famato e Fecomércio, buscando soluções para os diversos entraves ao desenvolvimento. A classe produtora, com os parlamentares no Congresso Nacional, reúne, em Brasília, com o Ministro de Minas e Energia.


O início da década de noventa foi difícil para o Estado e o Brasil em razão do tumultuado governo Collor. Surge o Plano Real como solução para conter a inflação elevada que assolava o Brasil. Começa o governo Fernando Henrique monitorando o Plano Real. O país vai, aos poucos, superando um dos períodos mais difíceis da sua história.


Em decorrência do complicado quadro nacional, Mato Grosso, sob os governos de Jaime Campos e Dante de Oliveira, encontra grandes dificuldades em seu desenvolvimento. As obras de Manso foram paralisadas, permanecendo nessa condição por quase toda a década. O governo estadual articula e consegue receber o gás natural da Bolívia. Uma usina termoelétrica a gás é construída no Distrito Industrial de Cuiabá.


O século XXI tem início. Por todo o decorrer da primeira década a produção agrícola cresce substancialmente. Mato Grosso ostenta a posição de maior produtor de soja. A Usina de Manso entra na fase de operação, passando a atender a demanda reprimida. Vários trechos de estradas estaduais são asfaltados no governo Blairo Maggi. Mato Grosso passa a despertar a atenção nacional para o seu território, atraindo fortes grupos empresariais para atuar no agronegócio. A Ferronorte começa a ter os seus trilhos estendidos do município de Alto Garças rumo a Rondonópolis.


No período 2010 a 2019, Mato Grosso amplia o seu comércio internacional vendendo quantidades crescentes de soja, carne, madeira e outros. No governo Silval Barbosa tem início um número expressivo de obras em Cuiabá e Várzea Grande, destinadas à Copa Fifa 2014 – para quatro jogos de futebol entre seleções estrangeiras, no novo estádio, o Verdão é demolido e a Arena Pantanal é construída. Em razão das obras, o Estado torna-se devedor de grandes quantias junto às instituições financeiras.


O governo Pedro Taques encontra as finanças do Estado arrasadas. Surge o escândalo relativo às propinas concedidas pelo governo anterior durante as obras da Copa. As revelações acarretam indignação na população do Estado. No plano federal, igualmente é revelada pela Operação Lava Jato a monstruosa quantia de recursos públicos desviada, sob a forma de propina, ao longo dos sucessivos governos do Partido dos Trabalhadores.


O governador Pedro Taques, não tendo logrado êxito no seu governo, perde as eleições em 2018 para o candidato Mauro Mendes. O déficit orçamentário é muito elevado, razão pela qual o governador assina um decreto declarando Mato Grosso em estado em calamidade financeira. No âmbito federal, revoltado com as revelações, a maioria dos eleitores elege o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro como presidente da República.


Nas Considerações Finais o autor propõe dois grandes programas nacionais de desenvolvimento: “Brasil – Ano 2050” e “Amazônia Legal Povoada”. Sugere também que o governo federal RESGATE, nos arquivos do antigo Ministério da Marinha, o estudo preliminar realizado no início da década de 1950 pelo governo democrático do presidente Vargas. Trata-se da interligação das bacias platina e amazônica por meio da construção de alguns canais, quase todos eles a serem abertos no território de Mato Grosso.


Mais informações sobre o livro, neste link





 

Fonte: Assessoria

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