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No céu das paixões

08/03/2017 às 16:59


Os leitores já estavam cobrando mais um livro do poeta e escritor Ivens Cuiabano Scaff. Depois do memorável lançamento ao ar livre de Kyvaverá no Sesc Arsenal, em que o autor reuniu mais de quinhentas pessoas em 2011, e do livro infanto-juvenil A mamãe das cavernas e a mamãe loba, em 2012, agora é a vez de Asas de Ícaro: versos de enamoramento e seus antônimos, que será lançado no próximo 14 de março, em concorrida noite de lua cheia, no Salão Social do Sesc Arsenal. A publicação do livro recebeu apoio cultural da Unimed Cuiabá.


Asas de Ícaro nos traz uma nova vertente poética de Ivens Cuiabano Scaff. Bem poderiam ser as Asas de Ivens no céu das paixões”, escreve o também poeta e escritor Aclyse de Mattos na apresentação do livro. “Sim, é um Ivens lírico como pode ser um lirismo contemporâneo: multifacetado, crítico (nós cuiabanos diríamos “caledjado da vida”), mas com aquele olhar solidário ou cheio de compaixão que soe ser o olhar dos poetas para a vida”, continua Aclyse.


Adir Sodré é o artista que assina as delicadas ilustrações a bico de pena de Asas de Ícaro, em claro contraste com a explosão de cores de sua irreverente e arrebatadora obra.


“Em Asas de Ícaro, Ivens Cuiabano Scaff é poeta! Daqueles que estão no mundo a observar e a sentir a pulsação de cada cena, enredo ou personagem – na paisagem cinza/multicor ou gélida/ígnea das urbes ou em cenários paradisíacos – como protagonista ou não”, assim a editora Maria Teresa Carrión Carracedo descreve o autor e sua nova obra. “Asas de Ícaro é uma Ode às paixões e ao amor romântico, sejam eles aquiescidos ou contrariados... ‘Não é um diário amoroso’, me explicou o poeta – por profissão e vocação um auscultador –, que admitiu tratar-se de ‘uma mistura de situações confidenciadas, compartilhadas, vividas ou de pura ficção’. Mas certamente o livro é um irresistível voo de emoções desencontradas!”, acrescenta a editora.


O professor doutor da Faculdade de Comunicação e Artes da Universidade Federal de Mato Grosso, Aclyse de Mattos, prossegue em sua análise sobre a obra: “Se Ivens já era um mestre em revelar as sutilezas poéticas de sua cidade e a natureza e cultura cuiabanas [...], agora ele se expande trazendo situações urbanas modernas, justamente para falar do mais fundamental dos sentimentos (como diz a velha-nova bossa nova). Nem por isso se descuida do sabor e da linguagem apurada que a mirada cuiabana confere aos fatos e pessoas. O poeta está todo ali em seus poemas, em suas queixas, em suas narrativas vividas ou ouvidas. E a magia da poesia se faz encantando gregos e cuiabanos; cariocas e troianos. Em “Serenata” encontrei sombras cuiabanas de Lorca; em “Nove entre dez vezes” os ecos da publicidade são retrabalhados pela sensibilidade; em “Barzinho” uma cena emblemática do amor brasileiro. No poema “Em trânsito” quase consigo acenar para um Drummond que parou seu automóvel enquanto seguimos na carona de Ivens.”

“Então Ivens subverte a figura mítica do poeta Orfeu, que desce ao reino dos mortos para resgatar sua amada Eurídice. Sua figura mítica escolhida é Ícaro, que ao invés de descer, sobe aos céus em busca de sua paixão pelo sol. Orfeu retorna. Despedaçado pela dor. Ícaro se espedaça, exausto de caminhar-voar em sua paixão. Por que será que amamos as histórias trágicas de amor? E ainda cremos que o Amor a tudo supera? Parece que enquanto houver amor e poesia ainda haverá a esperança de uma vida em que os bons afetos presidam a existência”, conclui Aclyse.


Saiba mais sobre o livro fazendo download da degustação que a Entrelinhas Editora disponibiliza em sua loja virtual (www.entrelinhaseditora.com.br), na página de Asas de Ícaro.


Alguns poemas de “Asas de Ícaro”


BELOS OLHOS


Por uns belos olhos
me esqueci
de tudo que tinha ou era
do que soubera
de todas as quimeras
no caminho do não pisar


Hoje vejo que tudo foi
como procurar num aquário
o peixe escondido
e não encontrar


Sonhar é bom
Estranho é acordar




CONTA(INA)BILIDADES


Do nosso amor
o mais doído
é que custou muito caro
e não valia um piqui roído




PASSAPORTE


Da nossa história
trago mais que um retrato 3x4
Tenho comigo uma foto de passaporte
que viro e reviro com imenso gosto
Às vezes a relembrar o teu rosto
Outras a reler a dedicatória




CORRIDA


Sem parar de correr
por um segundo me permito
olhar ao lado
Num segundo constato
que nem a direita, nem a esquerda
encontro você ao meu lado


Me vejo
Maratonista extenuado
Caminhante cansado
Ciclista esgotado
Andorinha que não sabe
se veio ou se já foi o verão
Boi de carro sem carro ou parelha
Surfista isolado
Passageiro esperando o ônibus da madrugada
O último a deixar a estação de trem


Suor, cansaço e dores musculares
Há quanto tempo estou correndo sozinho?



Mais informações sobre o livro, neste link





 

Fonte: Assessoria

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